“Acabou a quarentena!”: Calor no feriado faz turista baixar a guarda para a prevenção à covid-19

 

A expectativa é de um movimento intenso de turistas em direção ao Litoral e, com isso, as prefeituras de Pontal do Paraná, Matinhos e Guaratuba deveriam ter um projeto para receber as pessoas em tempos de pandemia. Preocupação que parece não acontecer.

A previsão para o feriado de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, é de sol a maioria do tempo nas praias paranaenses. A partir de sábado a nebulosidade começa a se afastar e o tempo deve ficar seco, assim as máximas podem até passar dos 25°C.

 

O calor vem aos poucos voltando no litoral, depois de um outono e inverno moderados, mas tristes, que deixaram milhares de mortos pela covid-19. A volta do clima quente em plena primavera, traz também uma sensação que foi descrita de forma espontânea por uma turista em Pontal do Paraná, “Gente, literalmente, acabou a quarentena!, ouvia-se de uma voz feminina eufórica, enquanto filmava do seu celular um grupo de turistas juntos nas ruas do balneário de Shangri-la.

 

As consequências de uma reabertura precoce podem aumentar a curva de mortes, avalia o infectologista consultado, até porque há o fator imunidade que ainda não começou a fazer sentido no país. “Podemos demorar meses ainda para uma redução mais intensa no número de mortes diárias”, estima. “Ao deixar de manter o distanciamento como estávamos fazendo deixamos de cair mais rápido”, explica. Para Leal, é fato que a classe média se adaptou a esta tragédia, sem se dar conta das questões morais que envolvem suas escolhas. “Quem vai para o litoral acaba mesmo tendo a impressão que a pandemia acabou, mas ela continua, especialmente para os mais pobres”, diz.

 

Há, ainda, o risco de subestimar sequelas e complicações dos que se recuperam, que ainda estão sendo entendidas sobre quanto podem ser graves ou duradouras, observa. De fato, há registros de pacientes curados que estão sem olfato ou paladar há meses, outros com sequelas pulmonares, renais e até neurológicos. “Não é apenas uma questão de vida e morte, mas qualidade de vida pós-covid para os que ficam doentes, mas sobrevivem, independente da classe social”, alerta.

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